terça-feira, 1 de novembro de 2011

Reciclagem Precisa-se!

Depois de no campeonato nacional Absoluto ter tido o prazer de contactar com o lado organizativo de uma prova de orientação, dei por mim a reflectir acerca do que poderá ser feito para melhorar a qualidade dos eventos.

- Muito se tem discutido acerca da uniformidade dos critérios de cartografia desde que, no 1º meeting de Arraiolos, cartógrafos finlandeses foram convidados a trazer o seu modelo para terras lusitanas.
- Algo se tem discutido acerca da qualidade do traçado dos percursos e acerca do papel dos supervisores nos eventos.

Na minha opinião, e sendo a cartografia uma arte subjectiva, será impossível dois cartógrafos diferentes desenharem mapas iguais. No entanto as regras existem para que haja uniformidade e estas não estão de todo a ser cumpridas. Damos depois por nós a correr em mapas com modificações de última hora para que haja um mínimo de legibilidade no mesmo. Ou em mapas com túneis que na verdade são pontes. Ou até em mapas que não coincidem muito bem com o que encontramos no terreno.

A máquina organizativa é desleixada e está envelhecida, precisa urgentemente de disciplina e renovação de conhecimentos!
Nesse sentido, a FPO promoveu uma acção de reciclagem de supervisores de orientação pedestre, no dia 12 de Novembro, e levará a cabo, no dia 1 de Dezembro, uma acção de reciclagem de traçadores de Percursos de Orientação Pedestre. Um bom começo.

Reciclemo-nos!!!

7 comentários:

  1. Aí está ele, a ser referenciado no orientovar! De facto, gostava mais dos mapas da checa...

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  2. Ora aí está muito bem dito!
    Já estamos fartinhos de falar sobre isto, mas ler o ISOM e o ISSOM deve dar muito trabalho para alguns cartógrafos!

    Há uma ignorância acerca das regras. Serão assim tão difíceis de cumprir?
    Creio que em mapas urbanos os erros ainda são mais e maiores pelo facto de estes serem feitos em casa. Reparemos que o ISSOM (do qual sei mais) deixa pouca margem de dúvida! Marcar uma ponte é simples, qual é a dúvida?!?!?!

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  3. Olá Rafael e Jorge.

    Já fui acusado de muita coisa, mas de fazer mapas em casa, foi seguramente a primeira vez e confesso que essa dói.

    Como voces decerto com toda a vossa sapiencia já perceberam, é complicado representar de forma satisfatória e clara as passagens inferiores com o ISSOM, pois quando ela é curta apenas aparecem um ou dois pontinhos, que são pouco visiveis.

    No casa da ponte de Gouveia, como a parte superior da ponte não era usada em competição (cheguei a sugerir que a entrada fosse interditada no mapa), considerei que deixava de ser ponte, passando a ser apenas cobertura superior, permitindo assim assinalar claramente a informação relevante, que eram os pilares e o vãos (onde se passa ou não).

    Esta situaçao foi discutida com a organização e eu defendi esta posição, por achar que era a que melhor representava a transitabilidade. Claramente cometi um erro de avaliação, mas antes de fazerem acusações injustas seria bom questionarem as pessoas em causa.

    Um abraço,

    Luis Sergio

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  4. Viva,

    Pretendia com este post uma chamada de atenção para a preocupação com a qualidade dos eventos. É claro que a forma como o expus é susceptível a discussões, no entanto, e como não queria criar falsas acusações, não subscrevo as palavras do Rafael.

    A ponte é uma faca com dois gumes. Compreendo o ponto de vista do cartógrafo, mas a minha opinião e para evitar injustiças é que deve sempre seguir as regras. Veja-se, por exemplo a discussão acerca das disqualificações no Woc2011, pelo que percebi por erros no mapa. Há mais casos.
    (http://www.attackpoint.org/discussionthread.jsp/message_578109) e (http://rsaorienteers.blogspot.com/2011/08/sprint-qualifications-dsq-disaster-but.html)

    Não estive presente na maior parte das provas da época transacta, mas a sensação com que fiquei à medida que fui acompanhando a blogosfera orientística foi que ficámos aquém das nossas capacidades.
    A meu ver discutimos muito temas como a designação dos percursos de iniciação OPT/P… E por vezes esquecemo-nos do mais importante. A qualidade do percurso.

    Um abraço

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  5. Pela Maria Amador

    Olá!

    Não vou falar de cartografia pois não sou nenhuma especialista, apenas uma simples praticante de orientação. Mas a nível organizativo já começo a ser especialista, e todas as pessoas que organizam devem ter ficado sem vontade de organizar quando dizes "A máquina organizativa é desleixada e está envelhecida, precisa urgentemente de disciplina e renovação de conhecimentos!".
    Regra geral as pessoas que organizam abdicam do seu tempo livre, onde podia dar mais atenção à família ou fazer outras tarefas que não dão tanta dor de cabeça e responsabilidades, e muitas vezes usam os dias de férias para trabalhar voluntariamente.
    Será que não devíamos ter mais cuidado com os nossos comentários. E respeitar todas as pessoas que organizam provas. Não tenho ido ultimamente ao estrangeiro, mas julgo que as nossas provas não estão assim tão mal.
    É claro que à situações a corrigir mas por favor é preciso ter respeito pelo trabalho de quem tenta fazer o melhor com o que tem!!!!

    Maria Amador

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  6. Bom dia!

    Creio que o que o Jorge cria dizer é que quem organiza tem de se actualizar!
    É óbvio que agradecemos a todos os que se dão ao trabalho, mas temos o direito de sermos exigentes, ou não?

    Há regras a cumprir, e temos de fazer um esforço para as cumprirmos, ou não?

    Tenham um bom dia! :D

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  7. Olá,

    Quem quiser acompanhar toda esta novela deve ver o meu blog www.maisumdesterro.blogspot.com onde ela teve desenvolvimentos significativos.

    Acho no entanto importante concluir estes comentários com um excerto desse blog, já que contraria em absoluto afirmações feitas aqui, quer nos comentários quer no post inicial:

    "Voltando à questão da ponte, o ISSOM refer: "Multilevel structures such as bridges, canopies, underpasses or underground buildings are common in urban areas. The cartographic representation of more than one level is in general impossible. Hence only the main ‘running’ level should be represented on the map."
    Penso que neste caso não há muitas duvidas de qual é o "main ‘running’ level"!!!"

    Concordo com o Rafael quando diz que temos o direito de ser exigentes, mas devemos sê-lo de forma justa e construtiva, e com a consciência que isso implica a obrigação de estar disponível para dar o exemplo e fazer melhor.

    LS

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